A dependência química é uma doença crônica que pode ser tratada, mas muitas pessoas ainda subestimam essa realidade. Esse transtorno é identificado pelo uso demasiado de substâncias entorpecentes, como álcool, maconha, cocaína e crack.
Ele atinge todas as áreas da vida de um indivíduo e pode ter múltiplos componentes causais, incluindo genéticos, ambientais, sociais, familiares e individuais.
A disponibilidade fácil dessas substâncias multiplica a prevalência desse problema em todo o mundo, tornando o tratamento e a prevenção da dependência química uma questão de saúde pública.
Sabemos que ela impacta vários aspectos da vida do indivíduo, abalando sua dimensão biopsicossocial.
A adesão e a motivação do paciente ao tratamento são fundamentais, mas no caso da dependência química, isso pode ser um grande desafio.
Embora não seja um caminho simples, o tratamento da dependência química pode ser menos desafiador com o amparo profissional aplicado e um ambiente acolhedor.
Neste artigo, argumentei os estágios do tratamento e como ele é tratado pelos profissionais da área.
O que é ser dependente químico
É fundamental considerar o dependente químico como alguém que consente de uma doença crônica, consequentemente, precisa de um tratamento terapêutico correspondente, assim como qualquer outra doença.
Os amigos, familiares e a sociedade em geral têm a função de abandonar quaisquer estigmas aliados à dependência química e, ao invés disso, encorajar a procurar por tratamento.
A definição da Organização Mundial da Saúde (OMS) sobre dependência química é explícita ao descrever o panorama.
Refere-se a um estado psíquico e físico decorrente da interação do indivíduo com uma substância, identificado por modificações de comportamento e outras reações, incluindo o impulso periódico de utilização da substância.
Primeira fase – Desintoxicação
O primeiro passo da internação é a desintoxicação do paciente. Durante esse processo, é feito uma limpeza no organismo do dependente, que passa pela abstinência, uma época muitas vezes árdua.
Porém, com o apoio de profissionais experientes, é possível conceder todo o amparo necessário para diminuir o desconforto desse processo doloroso.
Segunda fase – Reabilitação psicológica
Para que o tratamento com dependentes químicos seja eficaz, não basta apenas remover os vestígios da droga do organismo. É igualmente crucial tratar traços psicológicos do paciente.
Durante essa fase, é fundamental que o indivíduo desenvolva sua autoestima e adquira pensar com mais lucidez. É decisivo estimulá-lo a assimilar que é possível ter uma vida mais saudável sem as drogas.
O triunfo do tratamento está, na maioria, no êxito dessa etapa.
Terceira fase – Reinserção social
Na fase seguinte do tratamento, o dependente químico começa a interagir com os outros e a admitir uma visão mais positiva em relação à vida e à sociedade. Nessa etapa, o paciente participa apenas de visitas terapêuticas, o que lhe facilita retomar o convívio familiar.
Ao reintegrar-se à comunidade, ele consegue localizar o equilíbrio fundamental para viver sem drogas e encarar as dificuldades com sobriedade.
Quarta fase – Reabilitação
A fase de reabilitação é fundamental no tratamento da dependência química, pois é nela que o paciente obtenha modificação dos seus hábitos e mantenha a abstinência.
Diferentes modalidades terapêuticas são aplicadas para ajudá-lo nesse processo, incluindo aconselhamento individual e familiar, aprendizado sobre as substâncias e dependência envolvidas no consumo e o uso de medicações para controlar a vontade de consumir a droga.
Além disso, exercícios vocacionais e sociais são dados para ajudar o paciente a encontrar um novo caminho na vida.
Diferentes processos terapêuticos são usados para acompanhar o paciente em seu desenvolvimento, incluindo grupos terapêuticos para compartilhar experiências em comum.
Conclusão
Em resumo, a dependência química é uma doença crônica que fere profundamente a vida do indivíduo e de sua família, determinando uma abordagem terapêutica multidisciplinar para o tratamento.
É imprescindível que haja o reconhecimento da condição como uma doença e que sejam abandonados os estigmas em relação ao dependente químico.
A desintoxicação, reabilitação e reintegração social são períodos importantes do tratamento, e é necessário que haja amparo profissional qualificado e acolhimento durante todo o processo.
A prevenção e o tratamento da dependência química devem ser tratados como um tema de saúde pública, a fim de reduzir a incidência dessa doença e seus impactos na sociedade.